Cuidados psicológicos no enfrentamento do câncer de mama

No mês de Outubro há um movimento em todo o mundo chamado ‘Outubro rosa’. Este movimento visa chamar atenção da população, principalmente a feminina, com relação ao câncer de mama e da importância deste ser diagnosticado precocemente, reduzindo assim os riscos e o avanço da doença.

Contudo, a prevenção do câncer de mama deve ter suas ações ampliadas de modo a considerar que os cuidados à saúde extrapolem a realização de exames e a auto-observação de partes do corpo.

A Psicologia entende que o corpo físico não pode ser visto isoladamente da experiência de vida das pessoas, por isso, a abordagem preventiva não pode ser apenas focada no biológico. Afinal, saúde não é apenas a ausência de doença, mas estado de bem-estar biopsicossocial produzido a partir da interação entre os eixos biológico, psicológico e social, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Durante este tempo é importante refletir sobre alguns aspectos que, geralmente, são esquecidos durante a campanha, sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a sexualidade e a imagem pessoal da mulher que o vivencia, sendo devastadora tanto em termos físicos e psíquicos. O diagnóstico de câncer e todo o processo da doença são vividos pelo paciente e pela sua família como um momento de intensa angústia, sofrimento e ansiedade.

O diagnóstico de câncer pode vir a provocar um desequilíbrio emocional, uma série de preocupações passa a tomar conta do pensamento dessa mulher: o medo de ser estigmatizada e rejeitada ao tomarem conhecimento de sua doença, a possibilidade de disseminação da doença pelo seu corpo, a queda do cabelo e o efeito disso sobre sua autoestima, a incerteza quanto ao futuro, sua sexualidade e o seu relacionamento amoroso e com os filhos.

O atendimento psicológico se faz então de extrema importância, principalmente durante o diagnostico e tratamento, como forma de possibilitar a essa mulher uma melhor reflexão e enfrentamento do câncer e do seu tratamento. É preciso fortalecer a autoestima e a identidade da mulher, que se mostra abalada pela doença. É preciso fortalecer a família e acolher a todos frente ao medo e a angustia que se fazem presentes.